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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Contaminação recorde por agrotóxicos no Paraná atinge mais de 50 crianças

Quase cem pessoas foram intoxicadas no início de novembro no município de Espigão Alto do Iguaçu com Paraquate, um agrotóxico que está proibido na Europa desde 2007. O pequeno município, de 5 mil habitantes, fica no centro-oeste paranaense, 356 quilômetros da capital, Curitiba. Trata-se do caso com mais vítimas na história recente do estado, responsável por  17% da produção nacional  de grãos como soja e milho, numa área correspondente a pouco mais de 2% do território brasileiro. Dos 96 afetados, 52 são crianças, a maioria alunos de uma escola rural que funciona colada à área agrícola onde o veneno estava sendo aplicado. Alunos do Colégio Estadual do Campo Pedro Rufino de Siqueira fazem aula de Educação Física na quadra ao lado da plantação de soja A médica Lilimar Regina Naldony Mori, chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Paraná, responsável pelo atendimento, classificou os casos como intoxicação leve e aguda – qualquer efeito à saúde resultant

O Contestado está em Guerra: a negação a terra, ao território e a dignidade

Daia Gemelli Silas Rafael da Fonseca UNESPAR – Campus União da Vitória No último dia 20 de outubro comemorou-se o centésimo segundo aniversário do término da Guerra do Contestado. Naquele dia 20 de outubro de 1916 estiveram reunidos Wenceslau Brás (presidente da República), Affonso Alves de Camargo (governador do Paraná) e Filipe Schmidt (governador de Santa Catarina) para a assinatura do Acordo de Limites entre os dois estados. Contudo, partimos do entendimento que o Contestado está em guerra, isso porque os elementos que levaram a deflagração deste conflito permanecem configurando a realidade territorial. Eduardo Galeano sinaliza que as terras eram um negócio adicional à construção da ferrovia São Paulo – Rio Grande trazendo desdobramentos à população que vivia na região, “ o fabuloso presente concedido em 1911 à Brazil Railway significou o incêndio de um sem-número de cabanas e a expulsão ou a morte das famílias camponesas assentadas na área da concessão” (GALEANO,

Sob ataque da bancada ruralista - Parlamentares e proprietários rurais mobilizam população contra demarcação de terra indígena no oeste do Paraná

A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), conhecida como bancada ruralista, vem ganhando força nos últimos tempos. Os indígenas são diretamente afetados por esse bloco político que conta com 228 deputados e 27 senadores. No oeste do Paraná, os Avá-Guarani das 14 aldeias de Guaíra e Terra Roxa, são alvos do discurso da bancada ruralista, reproduzido por grande parte da população local que os enxerga como “paraguaios” e “invasores”. O relatório do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que as eleições de 2014 formaram o Congresso Nacional mais conservador desde a redemocratização, em 1985. O Diap atribui o conservadorismo ao alto número de parlamentares ruralistas, religiosos, militares e policiais. O estudo ainda aponta que nenhum candidato autodeclarado indígena foi eleito para a Câmara dos Deputados. Outro levantamento, realizado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), revela que, no final de 2017, havia 33 proposições legislativas anti-indígena.