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17ª JORNADA DE AGROECOLOGIA: OFICINA ‘’APRENDENDO A FAZE ALGUMAS CALDAS FERTILIZANTES, PREVENTIVAS, PROTETORAS E CURATIVAS DAS CULTURAS. EXISTE CALDA MILAGROSA?’’

‘’O segredo não é correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.’’ Mário Quintana


Nathalie Vieira Lucion


Curitiba, 11 de junho de 2018


Produzir agroecologicamente é produzir e reproduzir vida. Vida, não apenas se referindo aos alimentos produzidos, mas a vida como um todo, incluindo-se toda a biodiversidade: solo, animais e o ser humano em pleno contato. A oficina ministrada por Julio Carlos B. Veiga Silva, engenheiro agrônomo especialista em agroecologia, enriqueceu o conhecimento sobre práticas agrícolas que não utilizam nenhum tipo de agrotóxico ou químico, de forma a produzir alimentos orgânicos de qualidade e saudáveis. As caldas, presentes no título da oficina, não são as chaves principais para o sucesso de uma boa horta: tudo se inicia com o ambiente e as condições para cada cultura.

Foto: Nathalie Lucion
As chamadas ‘’pragas’’, segundo Julio, podem se manifestar em larga escala se o ambiente se encontra em desequilíbrio, com solo degradado, com a ‘’terra viciada’’ em produtos químicos, etc. Para restabelecer este equilíbrio, é preciso aliar-se aos animais e a vegetação nativa ali presente. Julio deu umas dicas para evitar pragas, baseado em práticas agroecológicas. Uma delas é manter a vegetação natural do local, os populares ‘’matinhos’’. Nestes matinhos estão presentes os chamados ‘’amigos naturais’’. Os ‘’amigos naturais’’ são na verdade os inimigos naturais das pragas, como insetos e outros animais. Foi substituído o termo para amigo, pois estes ajudam a manter pragas longe das plantas, portanto, estes animais nos auxiliam. Por exemplo, um amigo natural é a joaninha, que se alimenta de pulgões, que prejudicam a planta. Um pássaro também é um amigo natural, pois se alimenta de lagartas que estragam a planta. É respeitando a natureza e mantendo seus aspectos mais naturais que se faz uma agricultura mais ecológica e saudável respeitando a biodiversidade, a qual o ser humano faz parte de forma igualitária aos outros seres.

Foto: Nathalie Lucion

Utilizadas para fertilizar, curar ou até evitar insetos que podem danificar a planta, as caldas são feitas em sua grande parte com o que se possuí em casa. A apostila entregue por Júlio com o título de ‘’Defensivos Alternativos: Recomendações práticas para a transição agroecológica’’, produzida pela EMATER, possuí várias receitas que não degradam o ambiente em geral e o solo.  Julio ensinou ainda a fazer fertilizantes com estrume e outro com serapilheira. Entretanto, Julio alertou que a calda não é milagrosa, respondendo a pergunta do título da oficina. A calda deve ser utilizada com cuidado e eventualmente, em pequenas doses, pois a calda em excesso pode comprometer a cultura e deve ser utilizada em último caso. Antes da calda, é preciso equilibrar o ambiente, e isso pode ser feito através destas práticas agroecológicas.


Fertilizante feito a partir de Serapilheira.
Foto: Nathalie Lucion

Postado originalmente em: https://enconttra.wordpress.com/2018/06/11/17a-jornada-de-agroecologia-oficina-aprendendo-a-faze-algumas-caldas-fertilizantes-preventivas-protetoras-e-curativas-das-culturas-existe-calda-milagrosa/

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Um esforço coletivo do Observatório da Questão Agrária no Paraná junto a movimentos sociais e povos e comunidades que mostram a diversidade das relações, práticas e dos conflitos pela terra e território paranaenses.   Convidamos a todxs a se apropriar dessa leitura ampla e crítica sobre o campo no estado e esperamos que o Atlas seja objeto de leitura e divulgação, de uso como material didático e de formação, e acima de tudo que possa contribuir ao debate sobre o Paraná que temos e o que queremos.   Logo abaixo você pode clicar na imagem e Baixar o documento para ter acesso ao Atlas e desfrutar da leitura:  

NOTA DE REPÚDIO

A Rede de Pesquisadores sobre a Questão Agrária no Paraná, integrada por pesquisadores de oito universidades públicas do estado, vem a público manifestar preocupação em face do cerceamento do exercício profissional da Geógrafa e pesquisadora Márcia Yukari Mizusaki, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) por meio de ameaças motivadas pelo trabalho realizado junto às comunidades indígenas   do Município de Dourados, no Mato Grosso do Sul. À preocupação com esse que poderia ser um ato isolado, perpetrado por indivíduos que sentem-se à vontade para atentar contra os Direitos Constitucionais da servidora e dos indígenas, soma-se o repúdio à semelhante conduta do Jornal Diário MS, veículo de imprensa investido da tarefa pública de informação graças à concessão de que desfruta. A materia "Índios ampliam invasões de propriedades em Dourados", assinada por Marcos Santos, publicada no dia 22 de agosto último, é um exercício explícito de incitação à intolerância étnica