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BOLETIM DATALUTA - DA INÉRCIA AO RETROCESSO DA REFORMA AGRÁRIA NO PARANÁ


INTRODUÇÃO
O contexto vivenciado no Brasil pós golpe de 2016 é de retrocessos diversosdentre os quais se destaca o retrocesso da reforma agrária. O poder do setor ruralista expresso no agronegócio latifundiário tem aumentado e as ações de resistência de camponeses, indígenas e trabalhadores estão sendo combatidas com extrema violência. É como se o setor ruralista estivesse legitimado politicamente para praticar violências diversas.
Neste contexto golpista, no Paraná, se havia uma estagnação na reforma agrária e política de assentamentos nogovernoDilma Rousseff (2010-2014 e 2014-2016), agora se verifica um movimento de retrocesso, ou seja, a reforma agrária antes parada, agora anda para trás. O despejo em 2017 de 100 famílias de posseiros que viviam há mais de 25 anos numa área no município de Pinhão/PR é evidência desse retrocesso.

A CONJUNTURA DA LUTA PELA TERRA NO PARANÁ NO CONTEXTO PÓS GOLPE DE 2016
A partir de 2014 houve aumento no número de ocupações de terra no Paraná, bem como, de famílias envolvidas nestas ações, como se verifica nos gráficos 01 e 02. As ocupações de terra construídas pelos movimentos camponeses e indígenas atingem o cerne do poder do agronegócio latifundiário no estado.
Exemplar são as ocupações massivas realizadas nas áreas griladas pela Araupel nos municípios de Quedas do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu. Portanto, há nos últimos anos, uma ampliação das mobilizações camponesas e indígenas pela conquista da terra e território. Neste contexto de luta pela terra e pelo território é importante destacar que, em 2017, das 09 ocupações de terras registradas pelo Dataluta/PR, 03 foram realizadas por indígenas, sendo duas destas efetuadas pelos indígenas Guarani no Oeste do Paraná. Continuar lendo.

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​JÁ ESTÁ DISPONÍVEL EM E-BOOK O ATLAS DA QUESTÃO AGRÁRIA NO PARANÁ

Um esforço coletivo do Observatório da Questão Agrária no Paraná junto a movimentos sociais e povos e comunidades que mostram a diversidade das relações, práticas e dos conflitos pela terra e território paranaenses.   Convidamos a todxs a se apropriar dessa leitura ampla e crítica sobre o campo no estado e esperamos que o Atlas seja objeto de leitura e divulgação, de uso como material didático e de formação, e acima de tudo que possa contribuir ao debate sobre o Paraná que temos e o que queremos.   Logo abaixo você pode clicar na imagem e Baixar o documento para ter acesso ao Atlas e desfrutar da leitura:  

NOTA DE REPÚDIO

A Rede de Pesquisadores sobre a Questão Agrária no Paraná, integrada por pesquisadores de oito universidades públicas do estado, vem a público manifestar preocupação em face do cerceamento do exercício profissional da Geógrafa e pesquisadora Márcia Yukari Mizusaki, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) por meio de ameaças motivadas pelo trabalho realizado junto às comunidades indígenas   do Município de Dourados, no Mato Grosso do Sul. À preocupação com esse que poderia ser um ato isolado, perpetrado por indivíduos que sentem-se à vontade para atentar contra os Direitos Constitucionais da servidora e dos indígenas, soma-se o repúdio à semelhante conduta do Jornal Diário MS, veículo de imprensa investido da tarefa pública de informação graças à concessão de que desfruta. A materia "Índios ampliam invasões de propriedades em Dourados", assinada por Marcos Santos, publicada no dia 22 de agosto último, é um exercício explícito de incitação à intolerância étnica