Nós, participantes do VIII Singa, repudiamos o processo de desmonte do Ensino Superior Público em curso no Brasil. Os ataques desferidos pelo governo federal e pelos governos estaduais contra as universidades públicas fazem parte de um conjunto mais amplo de ataques aos direitos dos trabalhadores e de destruição dos serviços públicos no país.
Os cortes de verbas de custeio e de assistência estudantil, os cortes de verbas no PRONERA e no PIBID, a expansão da terceirização e a precarização das relações de trabalho no interior das universidades tornam cada vez mais inviável a manutenção da articulação entre ensino, pesquisa e extensão, prejudicam a qualidade do ensino e dificultam a permanência dos estudantes, em especial daqueles de mais baixa renda, cotistas e que estudam em regime de alternância.
Trata-se de um movimento articulado contra o caráter público, gratuito e laico das universidades públicas brasileiras e contra o processo de democratização que vinha se aprofundando nos últimos anos com a entrada crescente de camponeses, indígenas e afrodescendentes.
Este projeto de destruição da universidade pública encontra na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) seu estágio mais avançado – professores e técnicos com quatro salários atrasados e estudantes sem bolsa e sem restaurante universitário.
Reivindicamos a imediata recomposição do orçamento das universidades e das instituições de apoio à pesquisa de forma a repor as condições adequadas de funcionamento das universidades públicas brasileiras, assegurando os direitos de trabalhadores docentes e técnicos, a integralidade do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, a gratuidade do acesso e as condições de permanência para os estudantes.
Curitiba, 5 de novembro de 2017