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Carta de repúdio da ANPEGE e AGB contra a interferência a liberdade e autonomia docente



A ANPEGE (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia) e a AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros) tem acompanhado atentamente os ataques impetrados contra o Estado Democrático de Direito realizados pelo atual governo que se instalou após um golpe parlamentar-jurídico-empresarial-midiático e, por não ter nenhuma legitimidade, busca de todos os modos retirar garantias constitucionais e instalar a censura, perseguir os movimentos sociais e instaurar um Estado de Exceção.

Declaramos nosso total repúdio a interferência à liberdade e autonomia docente expressas em dois episódios recentes que envolvem: 


1) as declarações do Ministro “Golpista” da Educação Mendoça de Barros de propor processo administrativo contra o Professor Luiz Felipe Miguel da Ciência Política da UNB por criar a disciplina “Tópicos Especiais em Ciência Política: o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” e


 2)abertura de inquérito por apologia ao crime ao Professor Emérito Elisaldo Carlini, da Unifesp, que há décadas pesquisa os efeitos medicinais da maconha e tem por seus trabalhos reconhecimento internacional.

Os cortes e o não cumprimento dos editais de fomento à investigação em Universidades e Institutos de Pesquisa, a extinção de programas exitosos como o PIBID e o desmonte das diversas áreas de Ciência e Tecnologia são, a nosso ver, parte do mesmo processo que visa amordaçar qualquer crítica.

Fazemos coro com as demais organizações da sociedade civil em denunciar ações que visam silenciar a comunidade acadêmica e científica brasileira, que além de enfrentar essas formas evidentes de obscurantismo científico e intelectual, tem agora um papel decisivo de lutar pela realização de eleições diretas, ser contrária à atual política facista de segurança nacional e conclamar todas e todos a por fim ao golpe.

São Paulo, 01 de março de 2018.

Manoel Fernandes de Sousa Neto Presidente da ANPEGE (2018-2019)
José Gilberto de Souza Presidente Nacional da AGB (2016-2018)

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Um esforço coletivo do Observatório da Questão Agrária no Paraná junto a movimentos sociais e povos e comunidades que mostram a diversidade das relações, práticas e dos conflitos pela terra e território paranaenses.   Convidamos a todxs a se apropriar dessa leitura ampla e crítica sobre o campo no estado e esperamos que o Atlas seja objeto de leitura e divulgação, de uso como material didático e de formação, e acima de tudo que possa contribuir ao debate sobre o Paraná que temos e o que queremos.   Logo abaixo você pode clicar na imagem e Baixar o documento para ter acesso ao Atlas e desfrutar da leitura:  

NOTA DE REPÚDIO

A Rede de Pesquisadores sobre a Questão Agrária no Paraná, integrada por pesquisadores de oito universidades públicas do estado, vem a público manifestar preocupação em face do cerceamento do exercício profissional da Geógrafa e pesquisadora Márcia Yukari Mizusaki, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) por meio de ameaças motivadas pelo trabalho realizado junto às comunidades indígenas   do Município de Dourados, no Mato Grosso do Sul. À preocupação com esse que poderia ser um ato isolado, perpetrado por indivíduos que sentem-se à vontade para atentar contra os Direitos Constitucionais da servidora e dos indígenas, soma-se o repúdio à semelhante conduta do Jornal Diário MS, veículo de imprensa investido da tarefa pública de informação graças à concessão de que desfruta. A materia "Índios ampliam invasões de propriedades em Dourados", assinada por Marcos Santos, publicada no dia 22 de agosto último, é um exercício explícito de incitação à intolerância étnica