Avá-Guarani: território em disputa - Indígenas de Guaíra e Terra Roxa, resistem à violência enquanto reivindicam demarcação
Até final de setembro, os Avá-Guarani de Guaíra e Terra Roxa devem
conhecer os limites da Tekoha Guasu Guavira, terra indígena em processo
de demarcação desde 2009. A data está relacionada a uma sentença da
Justiça Federal do Paraná que obriga a Fundação Nacional do Índio
(Funai) a concluir os estudos de identificação e delimitação do
território. Após a publicação dos trabalhos, o processo ainda tem de
passar pelas análises do Ministério da Justiça e da Presidência da
República.
Vivendo um cotidiano precário e hostil, a demarcação é a principal esperança dos cerca de dois mil indígenas, que atualmente ocupam 14 aldeias. “Sem terra, a gente perde a dança, a reza, a nossa língua materna e, ao longo do tempo, a gente vai ser índio morto. Eles não precisam vir aqui e matar todo mundo. Só precisam tirar nossa terra e nossa cultura para matarem o nosso povo”, considera o cacique Ilson Soares, da Tekoha Y’Hovy, em Guaíra, cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Confinados a pequenos espaços de terra, entre rodovias e plantações de soja, os Avá-Guarani são vítimas de preconceito por parte da população local, que os acusa de “invasores” e “paraguaios” que querem “roubar terras produtivas”. Desde 2013, parte dos proprietários rurais utilizam a Organização Nacional de Garantia ao Direito de Propriedade (Ongdip) para articular ações anti-demarcação, que vão desde o contato com a bancada ruralista até a expulsão de indígenas com as próprias mãos.
Vivendo um cotidiano precário e hostil, a demarcação é a principal esperança dos cerca de dois mil indígenas, que atualmente ocupam 14 aldeias. “Sem terra, a gente perde a dança, a reza, a nossa língua materna e, ao longo do tempo, a gente vai ser índio morto. Eles não precisam vir aqui e matar todo mundo. Só precisam tirar nossa terra e nossa cultura para matarem o nosso povo”, considera o cacique Ilson Soares, da Tekoha Y’Hovy, em Guaíra, cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Confinados a pequenos espaços de terra, entre rodovias e plantações de soja, os Avá-Guarani são vítimas de preconceito por parte da população local, que os acusa de “invasores” e “paraguaios” que querem “roubar terras produtivas”. Desde 2013, parte dos proprietários rurais utilizam a Organização Nacional de Garantia ao Direito de Propriedade (Ongdip) para articular ações anti-demarcação, que vão desde o contato com a bancada ruralista até a expulsão de indígenas com as próprias mãos.
Júlia Rohden e Matheus Lobo