A agricultora Dulce Lopes, 55, mora há sete anos no Acampamento Resistência Camponesa, do MST, na cidade de Cascavel, no Paraná. Entusiasmada com as novidades, ela não esconde o orgulho de ter participado da construção de um projeto super importante para a comunidade:
Com 39 metros quadrados, a unidade foi construída com trabalho coletivo e voluntário. Ela ficará responsável por processar, lavar, classificar, pesar e empacotar a mandioca plantada no próprio território ocupado pelos trabalhadores e trabalhadoras.
As mandiocas já têm destino certo. Toda produção será comercializada para escolas públicas, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar -PNAE - com apoio da Cooperativa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar.
"Esse espaço vai ser útil porque a gente vai se juntar mais vezes do que se juntava antes, vamos ficar mais coletivo ainda. A gente vai ficar mais tempo junto", relembrou Ocalina.
O economista Eduardo Moreira é um dos incentivadores dos modos de produção dos Acampamentos e Assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST), pelo Brasil, e foi um dos convidados da atividade de inauguração da Agroindústria.
Além de investidor, ele é entusiasta do Finapop, um programa de financiamento popular para a cadeia produtiva da Reforma Agrária.
"Isso aqui poderia ser um exemplo daquilo que a gente deveria fazer no país inteiro. Deveria ser um exemplo de modelo de desenvolvimento sustentável no campo. Uma comunidade que preza pela agroecologia, pelo sistema orgânico, enfim. Eu acho que a gente deveria conhecer mais esses exemplos que a gente tem no Brasil profundo, em lugares onde o Estado não costuma olhar, de coisas que podem dar muito certo", disse o economista.
O espírito da comunidade está no próprio nome. Há 22 anos que prevalece a resistência camponesa na construção de um mundo melhor. Os trabalhadores lutam para conquistar a posse da área, com a criação de um Assentamento da Reforma Agrária.
"Meu sonho é sair logo essas terras, né? Para a gente ir logo pra cima desses lotes, e daí a gente pode construir uma comunidade bem bonita e ter o cantinho para a gente viver, né?", desabou Dulce Lopes, a agricultora entusiasmada com agroindústria do início da nossa reportagem.
Edição: Douglas Matos
Leia na íntegra: https://www.brasildefato.com.br/2021/09/09/acampamento-do-mst-inaugura-agroindustria-organica-e-sustentavel-no-parana
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