Professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Acampamento Herdeiros da Luta de Porecatu, educadores e educandos da Escola Itinerante Herdeiros da Luta de Porecatu, reunidos no dia 25 de abril de 2016 durante a 3a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, reafirmam sua luta em favor da democratização da estrutura agrária, social, econômica, política e educacional brasileira.
Em um momento em que os frágeis pilares da jovem democracia brasileira estão sob forte ataque, assumimos o compromisso com a defesa da reforma agrária, articulada com a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, bandeiras que visam a construção de um projeto popular para o país.
Em abril de 2016, completa-se 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido na Curva do S, no sul do Pará, e que ocasionou a morte de 21 trabalhadores rurais sem terra, vítimas da ação cruel e covarde da Polícia Militar, sob o comando do então governador Almir Gabriel (PSDB) e seu Secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara.
Também em abril de 2016, completa-se um ano do Massacre de 29 de abril, quando a Polícia Militar, sob o comando do governador Beto Richa (PSDB) e do Secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Francischini, despejou mais de 700 bombas de efeito moral sobre professores e estudantes do Paraná que lutavam contra o roubo da Previdência do estado. Até hoje, mandantes e executores desses abomináveis episódios da história nacional continuam impunes.
Diante da atual conjuntura de acirramento da criminalização dos movimentos sociais, reconhecemos a legitimidade das lutas de ação direta em defesa da democratização da terra, da educação, da cultura e da comunicação e exigimos a punição de todos aqueles que propagam a violência no campo e na cidade.
Londrina, 25 de abril de 2016.
Auditório Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
Universidade Estadual de Londrina