No dia 15 de abril, cerca de 200 indígenas
da etnia Avá-Guarani das aldeias de Guaíra e Terra Roxa, na região Oeste do
Paraná, com apoio de alunos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE), foram às ruas manifestar contra a PEC-215. Essa manifestação faz
parte da Mobilização Nacional dos Povos Indígenas. O ato ocorreu na parte da
manhã com saída da aldeia Tekohá Y´hovy, localizada no município de Guaíra, seguindo
pela Avenida Mate Laranjeira até em frente à rodoviária da cidade. Houve um
ritual, cantos e palavras de ordem, pedindo a demarcação de terras e contra a
PEC-215. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a semana de
Mobilização nacional Indígena acontece em todo o país para reivindicar contra a
aprovação da PEC-215. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) transfere do
governo federal para o Congresso a oficialização da demarcação de terras
indígenas, quilombolas e unidades de conservação.


Acentuando este processo, em março de
2013 foi criada a Organização Nacional de Garantia ao Direito de Propriedade
(ONGDIP), organizada pelos ruralistas de Guaíra, sendo uma resposta as
“invasões indígenas”. A ONGDIP mantém estreita relação com o Sindicato Rural de
Guaíra e as Sociedades Rurais do Paraná, em especial a do Oeste (SRO). Desde
sua origem, fazendeiros tem se organizado através de cartazes, manifestações e
adesivos contra a demarcação de terras indígenas.
Percebe-se que apesar de todas as
dificuldades enfrentadas, os povos Guaranis seguem na luta pelo seu território.
Para estes a terra é sagrada, sendo o lugar onde viveram seus antepassados. Ao
contrário do agronegócio que utiliza a terra como mercadoria, a luta indígena é
para sua sobrevivência, para que sua cultura e identidade mantenham-se vivas.
Vanessa
Bueno Arruda
p/GEOLUTAS
Matéria publicada originalmente em 28 de abril de 2015
(http://questaoagrariapr.webs.com).