Pular para o conteúdo principal

IV JORNADA DE PESQUISAS SOBRE A QUESTÃO AGRÁRIA NO PARANÁ

       A Jornada de Pesquisas sobre a Questão Agrária no Paraná (JPQA-PR) resulta das iniciativas da Rede de Pesquisadores da Questão Agrária no Paraná formada por investigadores de seis instituições públicas de ensino superior paranaense (UEL-Londrina, UEM-Maringá, UEPG-Ponta Grossa, UFPR-Curitiba, UFPR-Litoral, UNICENTRO-Irati, UNIOESTE-Francisco Beltrão e UNIOESTE-Marechal Cândido Rondon). Esta mesma articulação vem desenvolvendo o Observatório da Questão Agrária no Paraná, o qual, somado a realização das Jornadas, tem sido importante espaço de debates e socialização do conhecimento.
        Em sua 4ª edição, a Jornada de Pesquisas sobre a Questão Agrária no Paraná (IV JPQA-PR), já é um evento reconhecido e consolidado no estado, o qual tem propiciado o debate teórico, metodológico e político da dinâmica da questão agrária paranaense. Na sua próxima edição, tendo como temática central "Questão agrária e os conflitos de fronteira no Paraná", objetiva-se debater o conjunto de características referentes à Questão Agrária, evidenciando as particularidades que diferenciam as áreas de fronteira de outros espaços.
      No caso da fronteira Oeste paranaense entre o Paraguai e a Argentina, esse espaço tem se apresentado essencialmente conflituoso desde passado distante com a grilagem e apropriação capitalista da terra, a construção da Hidrelétrica de Itaipu e a modernização conservadora da agricultura, base para expansão do agronegócio e a consequente expulsão de camponeses, indígenas e povos tradicionais de suas terras, muitos destes obrigados a migrar, em especial, para o Paraguai e Argentina. Atualmente, inúmeros conflitos e lutas envolvendo camponeses sem-terra, indígenas, quilombolas, ilhéus entre outros evidenciam a disputa pela posse e o uso da terra estabelecido no Oeste do Paraná.       Entretanto, se alguns conflitos estão "escancarados", outros que não se traduzem necessariamente em lutas, parecem invisibilizados. É o caso da subordinação dos camponeses nos processos de "integração/entregação" junto às empresas de processamento de carnes (avícola, de suínos) e da fumicultura, ou àqueles inseridos no processo de modernização da agricultura, que igualmente, são marcas constitutivas da questão agrária e da exploração da renda da terra produzida pelo campesinato. Por outro lado, as classes têm esboçado resistências contra os esquemas de exploração e subordinação e, nesse espaço de fronteira, formas assentadas nos saberes dos camponeses e povos tradicionais, no qual a agroecologia é destaque, também se erguem como alternativas ao enfrentamento do uso capitalista da terra.
        Assim, reunindo pesquisadores e os sujeitos do campo para debater em palestras, mesas redondas, grupos de trabalho, e, empiricamente, nas saídas de campo, a Jornada vem como uma estratégia de forjar esforços na ampliação da análise crítica acerca da dinâmica e dos conflitos intrínsecos a questão agrária paranaense. 

Mais informações
 GEOLUTAS

Postagens mais visitadas deste blog

​JÁ ESTÁ DISPONÍVEL EM E-BOOK O ATLAS DA QUESTÃO AGRÁRIA NO PARANÁ

Um esforço coletivo do Observatório da Questão Agrária no Paraná junto a movimentos sociais e povos e comunidades que mostram a diversidade das relações, práticas e dos conflitos pela terra e território paranaenses.   Convidamos a todxs a se apropriar dessa leitura ampla e crítica sobre o campo no estado e esperamos que o Atlas seja objeto de leitura e divulgação, de uso como material didático e de formação, e acima de tudo que possa contribuir ao debate sobre o Paraná que temos e o que queremos.   Logo abaixo você pode clicar na imagem e Baixar o documento para ter acesso ao Atlas e desfrutar da leitura:  

NOTA DE REPÚDIO

A Rede de Pesquisadores sobre a Questão Agrária no Paraná, integrada por pesquisadores de oito universidades públicas do estado, vem a público manifestar preocupação em face do cerceamento do exercício profissional da Geógrafa e pesquisadora Márcia Yukari Mizusaki, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) por meio de ameaças motivadas pelo trabalho realizado junto às comunidades indígenas   do Município de Dourados, no Mato Grosso do Sul. À preocupação com esse que poderia ser um ato isolado, perpetrado por indivíduos que sentem-se à vontade para atentar contra os Direitos Constitucionais da servidora e dos indígenas, soma-se o repúdio à semelhante conduta do Jornal Diário MS, veículo de imprensa investido da tarefa pública de informação graças à concessão de que desfruta. A materia "Índios ampliam invasões de propriedades em Dourados", assinada por Marcos Santos, publicada no dia 22 de agosto último, é um exercício explícito de incitação à intolerância étnica