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Inauguração da Escola Itinerante no assentamento "Herdeiros da Terra de Porecatu" no município de Porecatu: mais uma conquista para a educação do campo

* Texto originalmente postado em novembro de 2013.

No dia 31 de Agosto de 2013, foi inaugurada a Escola Itinerante (EI) no “Assentamento Herdeiros da Luta de Porecatu”, no município de Porecatu. O compromisso com a educação é uma das principais pautas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST. A primeira escola do acampamento existe neste município, desde o início das ocupações dos trabalhadores na região. Apesar da pouca estrutura, sempre esteve presente, o ideário libertário em busca de uma educação que desperte nos Sem Terrinhas (nome carinhoso dado às crianças filhos de assentados) a formação crítica, de uma educação do campo realizada no campo.

As Escolas Itinerantes (EIs) tiveram início no Paraná em 2003 no Município de Quedas do Iguaçu. Convém destacar que as Escolas Itinerantes são uma grande conquista para o MST e completaram 10 anos de existencia no Paraná.

Incessantes reivindicações foram realizadas entre o MST e a Secretaria do Estado do Paraná para que as Escolas Itinerantes fossem reconhecidas e aprovadas no Estado. A proposta do MST ao instituir as Escolas Itinerantes nas suas áreas de acampamentos/assentamentos, é a busca de uma educação voltada aos preceitos camponeses e para tanto, têm procurado dialogar com as Secretarias de Educação para “constituirem uma escola que respeite a vida dos acampados, organizada em ciclos de formação humana, sendo construída em conjunto com o MST”. (SILVA.I.M.S; OLIVEIRA. C. M; MOURA. K. L; SOUZA; T. G, 2012).

A Escola Itinerante existe por haver uma contradição na sociedade, problema social de concentração dos meios de produção e do saber. O que garante a Escola Itinerante não são as políticas públicas. A EI é vulnerável à correlação de forças, depende da força popular. No momento em que pararmos de lutar de forma organizada, corremos o risco de a escola sofrer as consequências. Porém, precisamos ver legalmente como garantir que o poder público responda às necessidades da Escola Itinerante. (MST, 2007, p. 5).
Diante da exposição acima, cabe aqui compartilhar que no dia 25 de Outubro de 2013 foi realizada uma saída de campo para o ‘Assentamento Herdeiros da Luta de Porecatu’. Esta atividade foi proposta pela XXII Semana de Geografia e I Simpósio Nacional de métodos e Técnicas em Geografia, ofertada pelo Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá. Esta ação foi programada em parceria com a AGB – Associação de Geógrafos Brasileiros Seção Local Maringá e o Laboratório de Geografia Agrária do Departamento de Geografia da UEM.
A intenção do campo era mostrar - aos participantes do evento e agora compartilhar a todos da rede da questão agrária no Paraná - o acampamento e a realidade enfrentada pelo setor de educação do MST naquele município. Este campo nos permitiu confirmar que a função da Escola Itinerante é garantir uma formação diferenciada dos trabalhadores que vivem diretamente da terra. Em combate ao modelo convencional de produção, que segrega, que aumenta os conflitos agrários. As EIs são instrumentos, no processo de educação, que garante acesso aos camponeses a um estudo de qualidade. Conteúdos programáticos e específicos para a realidade do campo são fundamentais no que tange ao aspecto militante dos trabalhadores, somando-se assim ao conhecimento das crianças que contribuirão nas futuras lutas teóricas dos movimentos sociais brasileiros.

REFERÊNCIA:
SILVA, I. M. S.; OLIVEIRA. C. M; MOURA. K. L; SOUZA; T. G, 2012; Escola Itinerante: Uma análise para além da sala de aula ANAIS IX ANPED-SUL, 2012, Caxias do Sul. MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Escola itinerante do MST: história, projeto e experiências. Cadernos da Escola Itinerante do MST, Curitiba, v. 8, n.2, 2008. In: 
SILVA, I. M. S.; OLIVEIRA, C. M.; MOURA, K. L.; SOUZA, T. G. 2012; Escola Itinerante: Uma análise para além da sala de aula. ANAIS IX ANPED-SUL, 2012, Caxias do Sul.

* Veja a matéria na íntegra nos seguintes sites.
* As Fotos são de domínio público e podem ser acessadas no link abaixo. 

Grupo de Trabalho do Laboratório de Geografia Agrária - UEM

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